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sábado, 7 de julho de 2012

A EDUCAÇÃO E A IDEOLOGIA QUE A APRISIONA

        


Fonte: Imagens Google


Todas às vezes que nos encontramos é o mesmo dilema, o que todos que não estão envolvidos reclamam (maridos, filhos, parentes e amigos), que o assunto quando não é religião é EDUCAÇÃO! Mas isso já é de praxe, afinal, eu e minhas duas irmãs, uma mais velha e a outra mais nova, além de comungarmos a mesma religião, tivemos a mesma formação (CEFAM), mas isso já é outro assunto que cito em outro texto: EDUCAÇÃO MEMORIAL.
                Num desses bate papos sobre EDUCAÇÃO, surgiu à idéia de tentar colocar no papel tal divagação.
Que antigamente a Educação servia aos propósitos da Igreja. A chamada Educação eclesiástica.
                No decorrer e desenrolar da história, essa mesma Educação, quer fazer nos acreditar que isso é passado e que hoje vivemos uma Educação democrática que nos libertou dos comandos prisionais da Igreja. Sendo a Educação hoje, mais crítica, criativa querem que acreditemos que essa seja capaz de ser a Educação que realmente queremos. Uma Educação capaz de transformar o Mundo.
                 Mas não é bem assim, na realidade essa prisão que outrora era da Igreja, hoje é na verdade Estatal, ou seja, da política Estatal vigente. No contexto atual vivemos presos a uma ideologia Neoliberal que nos impõe a responsabilidade de fazer uma educação libertária, quando na verdade somos presos pelos desígnios dessa política.
Certo que, a Educação deva ser transformadora, crítica e inovadora, na realidade nos libertaram do antigo cárcere, e nos prenderam num ainda pior. Num cárcere ideológico.    
Temos é que na verdade, rebolar para alcançar tal proeza desde que não ultrapassemos tais grades, pois mudam se as políticas, mas os donos dos cárceres são sempre os mesmos, o Estado.
                Veja bem, não quero dizer com isso que a Educação não deva estar atrelada a uma ideologia, ou a princípios políticos. Antes sim, que a Educação deva ser obrigação do Estado, que tem a sua política. Mas, portanto, porém e, todavia que a Educação possa ter a sua própria ideologia, sua própria política. Uma política realmente democrática, que sirva aos propósitos globais.
                Como diz Edgar Morin (1921), que a Educação deveria ter o compromisso global de educar não só para Vida, mas para “SER HUMANO,” com propósitos comuns a toda a humanidade, de um dever comum de uma política planetária. Não esta política de classes que cada vez mais degradam nosso Planeta na busca de maiores vantagens, de uma pequena e efêmera parcela da humanidade, que apenas quer usurpar através da Educação, e nos aprisionar apenas em seus interesses.
                 Poderia ainda tentar descrever aqui intermináveis indagações sobre o assunto, mas cito novamente Morin, pelo mesmo elucidá-las com maestria:
[...] A educação do futuro deverá ser o ensino primeiro e universal, centrado na condição humana. Estamos na era planetária; uma aventura comum conduz os seres humanos, onde quer que se encontrem. Estes devem reconhecer-se em sua humanidade comum e ao mesmo tempo reconhecer a diversidade cultural inerente a tudo que é humano [...] Como seres vivos deste planeta, dependemos vitalmente da biosfera terrestre; devemos reconhecer nossa identidade terrena física e biológica [...] A complexidade humana não poderia ser compreendida dissociada dos elementos que a constituem: TODO DESENVOLVIMENTO VERDADEIRAMENTE HUMANO SIGNIFICA O DESENVOLVIMENTO CONJUNTO DAS AUTONOMIAS INDIVIDUAIS, DAS PARTICIPAÇÕES COMUNITÁRIAS E DO SENTIMENTO DE PERTENCER À ESPÉCIE HUMANA [...] Cabe à educação do futuro cuidar para que a idéia de unidade da espécie humana não apague a idéia de diversidade e que a da sua diversidade não apague a da unidade. Há uma unidade humana. Há uma diversidade humana [...] A educação deverá ilustrar este princípio de unidade/diversidade em todas as esferas [...] A democracia comporta ao mesmo tempo a autolimitação do poder do Estado pela separação dos poderes, a garantia dos direitos individuais e a proteção da vida privada. A democracia, evidentemente, necessita do consenso da maioria dos cidadãos e do respeito às regras democráticas [...] A democracia necessita ao mesmo tempo de conflitos de idéias e de opiniões, que lhe conferem sua vitalidade e produtividade. Mas a vitalidade e a produtividade dos conflitos só podem se expandir em obediência às regras democráticas que regulam os antagonismos, substituindo as lutas físicas pelas lutas de idéias, e que determinam, por meio de debates e das eleições, o vencedor provisório das idéias em conflito, aquele que tem, em troca, a responsabilidade de prestar contas da aplicação de suas idéias [...] A democracia ainda não está generalizada em todo o planeta, que tanto comporta ditaduras e resíduos de totalitarismo do século XX, quantos germes de novos totalitarismos. Continuará ameaçada no século XXI? Além disso, as democracias existentes não estão concluídas, mas incompletas ou inacabadas. Os cidadãos são expulsos do campo político, que é cada vez mais dominado pelos “expertos”, e o domínio da “nova classe” impede de fato a democratização do conhecimento [...] A regeneração democrática supõe a regeneração do civismo, a regeneração do civismo supõe a regeneração da solidariedade e da responsabilidade, ou seja, o desenvolvimento da antropoética [...] Mas, sobretudo, a sala de aula deve ser um local de aprendizagem do debate argumentado, das regras necessárias à discussão, da tomada de consciência das necessidades e dos procedimentos [...] Por isso, a educação deveria mostrar e ilustrar o Destino multifacetado do humano: o destino da espécie humana, o destino individual, o destino social, o destino histórico, todos entrelaçados e inseparáveis. Assim, uma das vocações essenciais da educação do futuro será o exame e o estudo da complexidade humana. Conduziria à tomada de conhecimento, por conseguinte, de consciência, da condição comum a todos os humanos e da muito rica e necessária diversidade dos indivíduos, dos povos, das culturas, sobre nosso enraizamento como cidadãos da Terra... (MORIN, 1921)
Acredito nisso não como mais uma utopia, mas como cria que sou de uma Educação que me formou como ser pensante, atuante e não alienante. Acredito como futura Pedagoga. Que junto com aqueles que estiverem dispostos a se libertarem dessa ideologia Estatal, que poderemos libertar não só a educação, mas salvar a Humanidade de se extinguir à custa daqueles que querem fazer nos acreditar que nos aprisionando estaremos SALVOS!
          

“QUEM DISSE QUE A ESCOLA É UMA INSTITUIÇÃO FALIDA? ESTÁ COMPLETAMENTE ENGANADO! SERVE PERFEITAMENTE AOS PROPÓSITOS A QUE VEIO: DOMINAR OS MAIS FRACOS FAZENDO-OS ACREDITAR QUE ISSO É A SOLUÇÃO DA HUMANIDADE, QUANDO ELA MESMA ESTÁ DESUMANIZADA.” Darcy Ribeiro.

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