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É
visível que estamos vivendo um momento histórico com a marca de consideráveis
mudanças em vários setores da sociedade. A Globalização e a era da Informação,
juntamente com os grandes avanços tecnológicos do Mundo de hoje que crescem
numa velocidade antes inimaginável.
Perceber
o papel da educação nos momentos históricos e caracterizá-los para um melhor
entendimento da forma como a contemporaneidade vem influenciar a vida dos
sujeitos em nossa época é um trabalho de confronto e síntese de desafios
psicológicos, culturais, econômicos, sociais e simbólicos. Diante de uma
sociedade totalmente diferente de décadas atrás, uma sociedade
pós-Industrializada, inteiramente consumista, individualista e que não se
preocupa mais com o coletivo, pois a luta pela sua sobrevivência torna o
indivíduo narcisista. Onde os novos paradigmas educacionais devam ter como
ponto de partida o real papel da educação frente a este novo contexto é
importante primeiro para entender tais mudanças relembrar o inicio da fase
moderna até os dias atuais: O inicio da modernidade teve como acontecimento
principal o iluminismo no século XVIII. O homem começa a valorizar a arte e
redescobre na cultura greco-romana uma corrente de pensamento humanista.
Para
os iluministas a razão é o grande instrumento de reflexão capaz de melhorar e
empreender a justiça em todos os âmbitos, tanto sociais como econômicos,
culturais, religiosos, portanto e também educacionais.
Marcada
pela racionalização e produção extraordinária do saber, também com o advento da
máquina a vapor, fator relevante para o inicio do sistema capitalista.
Uma
luta contra o conservadorismo e emancipação da humanidade trouxe a
reorganização do trabalho e os meios de produção que desencadearam a Revolução
Industrial e novas descobertas científicas como a eletricidade, petróleo,
telégrafo, o telefone o avião e a televisão, além da urbanização e crescimento
das cidades e o novo papel do campo como fornecedor de matéria prima para
fortalecer a economia urbana.
O
pensamento moderno tentou manter a união entre os indivíduos e a sociedade, mas
o sistema capitalista que também crescia com ele privilegiava a racionalidade
em detrimento ao sujeito e sua subjetividade. Embora a educação também tenha
sofrido consideráveis mudanças, passando de uma educação somente escolástica
para uma educação também voltada para a racionalização, à mesma, passa a
privilegiar uns enquanto exploram outros, e nessa dinâmica aprisiona toda a
sociedade. Agindo como um instrumento de dominação e divisão social de classes,
gerando ainda sua alienação. Pois quanto mais a sociedade se desenvolvia,
consequentemente atribuíam-se mais valores as coisas materiais, mais
desvalorizados ficavam o mundo dos homens e mais evidente sua alienação.
As reformas educacionais, além de serem provocadas pelas transformações
políticas, sociais e econômicas que estavam ocorrendo, também eram
impulsionadas pelas idéias pedagógicas que chegavam da Europa, em favor da
renovação de métodos e processos de ensino. Compreendendo
três grandes correntes:
1. A educação
básica (elementar) para todos, como meio de submissão/cidadania;
2. A educação
em consonância com a categoria social;
3. A educação
elementar em consonância com o que a sociedade espera de cada indivíduo
(profissional).
A
falta de esperança até mesmo na educação faz com que os indivíduos sejam
levados pelo imediatismo para superar suas novas dificuldades frente a este
novo contexto. Tudo em detrimento do capitalismo que atingiu seu ápice no que
se refere a desigualdades sociais. Momento este de crise que se vivenciou nas
décadas de 70, somadas à crise na periferia do sistema capitalista de 80 e com
a derrota do socialismo em 90 que acarretaram segundo alguns estudiosos ao
colapso da modernização. Que além de ter apagado as esperanças em valores
universais fizeram com que o sujeito histórico se esgotasse e fragmentasse
diante de tantas incertezas.
A racionalidade ao mesmo tempo em que impulsionou as idéias
modernistas, também ocupou o lugar do fator de desapontamento ideológico
moderno. Os saberes se multiplicaram, mas houve também a necessidade, para que
ocorresse o fluxo de comunicação, de fragmentação do conhecimento e como
conseqüência sua perda de significação. O que antes transmitia a impressão de
certezas agora gera grandes incertezas o que nos leva a possibilidade de
estar-se caminhando para pós-modernidade. Para alguns estudiosos estamos em
pleno período moderno, já para outros frente a todas essas mudanças num momento
que alguns chamam pós-modernismo.
O
pensamento pós-moderno trazem consigo novos paradigmas que atrelados aos
antigos demonstram que não existem modelos impostos, abrindo o caminho para os
questionamentos, confrontações e livre negociação.
A
questão pós-moderna está em encontrar um eixo entre as incertezas políticas e
científicas para formulação de novas propostas, almejando a comunhão dos
saberes, onde a escolha de um conhecimento não significa que o outro deva ser
invalidado ou esquecido, sendo possível vislumbrar a constituição de uma nova
hegemonia que tenha os ideais liberais em sua perspectiva, que poderá dar conta
de extinguir o capitalismo já em crise.
As
teses pós-modernas lidam com o conhecimento demonstrando que este deva pensar
no futuro, nem que para isso tenha-se que reformular as teses antigas, tomando
o cuidado para que os conceitos capitalistas não os impeçam, já que sua
finalidade é o conformismo, dando importância às subjetividades tanto quanto a
racionalidades, visando integrá-las. Para tal este novo período deve dar conta
de pensar uma nova ciência e uma nova ordem social que possa superar todos
esses novos acontecimentos, tendo a educação como ferramenta libertária para
uma mudança de fato, que atenda as reais necessidades dos indivíduos, cabendo-lhe
livrá-los da condição alienante imposta por este sistema, que dê condições ao
mesmo, de pensar e lutar por tal liberdade. Que desenvolva um ser humano
completo e autônomo, tanto nas dimensões sociais, culturais e políticas
comprometidas em seu agir pedagógico com a transformação de valores que devam
tomar conta do contexto atual, para que o indivíduo possa ser capaz de lidar
com as novas relações emergentes. Não num modelo educacional único, mas um meio
termo que leve em conta as diferentes teorias e práticas pedagógicas já
existentes para um pensamento plural, que seja capaz de formar um sujeito livre
e ao mesmo tempo social. Mas um problema que envolva não só a escola, antes sim
a família e a sociedade em geral, pois representa um desafio econômico, social
e cultural que precisa ser resolvido.
REFERÊNCIAS
MELO, Renata Rosa Oliveira de. Formação integral e pós-modernidade: Qual educação para qual sujeito? 2008. 61 f. Monografia (Graduação em Pedagogia) - Universidade do Estado
do Rio de Janeiro, Rio de janeiro. 2008.
O ILUMINISMO numa nova visão. In RECANTO DAS LETRAS. Disponível em:<
http://www.recantodasletras.com.br/cronicas/2371644>.
Acesso em: 28 mai. 2012.
UNIVERSIDADE
FEDERAL DE UBERLÂNDIA. Guia impresso dos cursos de graduação em Pedagogia na
modalidade à distância: 2011-2012. Uberlândia: UFU, 2012.
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