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sexta-feira, 28 de outubro de 2016

QUAL É A EDUCAÇÃO QUE EU ACREDITO?







     Antes de responder a esta questão é preciso esclarecer primeiramente o real papel da educação e da escola na atualidade.
Diante de uma sociedade diferente de décadas atrás, uma sociedade pós-industrializada, consumista, individualista e que não se preocupa mais com o coletivo, pois a luta pela sobrevivência torna os indivíduos cada vez mais narcisistas. Perceber o papel da educação nos momentos históricos e caracterizá-los para um melhor entendimento da forma como a contemporaneidade vem influenciar a vida dos sujeitos em nossa época é algo imprescindível.
Estamos no século XXI, onde o mundo de uma maneira geral tem passado por várias mudanças, em todas as esferas. Entre essas mudanças aconteceram também à mudança de vários paradigmas, inclusive na área educacional, o que se acreditava antes já se tornou obsoleto nos dias atuais.       As estruturas familiares mudaram, as leis mudaram, as mídias mudaram, as formas de comunicação mudaram, enfim a sociedade mudou!
Mas assim como o papel da escola tem sofrido modificações, devido às novas demandas e diante da realidade em que se vive hoje, esclarecer o mesmo diante deste novo contexto é primordial para se entender também o nosso papel como profissionais atuantes nesta nova realidade: Papel esse de transformação. É preciso ter consciência de que EDUCAÇÃO não é apenas transmitir conhecimentos, EDUCAÇÃO é deixar de ter apenas conhecimentos e saber utilizá-los para transformar o TER em SER! SER melhor, SER alguém, SER diferente e fazer a diferença!
Significa repensar a escola, seus tempos, seu espaço, sua forma de lidar com os conteúdos e com o mundo da informação. Significa pensar na aprendizagem como um processo global e complexo, no qual conhecer a realidade e intervir nela não são atitudes dissociadas.
É importante, conhecer a comunidade em seu entorno como ela é... sua realidade tanto social, cultural quanto econômica, para se ter uma visão ampla e não fragmentada de qual é a comunidade que a escola atende, para só assim também atender suas reais necessidades. Trata-se de fugir dos modismos e assumir uma nova prática pedagógica, sabendo fazer escolhas, tomar decisões, propor inovações coerentes com nosso projeto educativo e com nossas concepções de educação.
Existem algumas pré-condições para realização deste e que pede uma gestão mais democrática. Há também algumas condições objetivas que a escola tem que garantir, dentre elas a elaboração de seu Projeto Político Pedagógico que realmente funcione na prática, não somente como mais um documento burocrático e apenas teórico. É preciso debruçar-se nos problemas que a escola enfrenta e quais os fins da educação que esta escola quer repartir com seus membros. É preciso entender que todos os envolvidos neste processo, tanto professores, pais e funcionários, enfim toda comunidade escolar são corresponsáveis pela EDUCAÇÃO! E para se conseguir tal façanha é preciso primeiramente conhecer a escola, os educandos e as possíveis redes de apoio para só então combater os entraves que a prejudicam, envolvendo a comunidade para que os mesmos se sintam sujeitos desta construção. Ancorados em valores de participação, autonomia, o pluralismo e acima de tudo de transparência. O envolvimento, a responsabilidade e a autoria de todos são fundamentais para esta elaboração, deve-se atender aos interesses de todos neste processo, mas isto, demanda também envolvimento, responsabilidade e compromisso!
Sendo importante garantir que tais problemas e suas resoluções se transformem em uma questão para todos, e isso depende basicamente da postura do profissional da educação.
A escola como detentora dos conhecimentos, métodos e técnicas de ensino, deve ter a iniciativa de aproximar as famílias da escola, envolvendo-as em atividades realizadas na escola como discussões, debates, palestras, confraternizações, em forma de dinâmicas, teatros, oficinas culturais entre outros etc. Orientando-as sobre a importância de um trabalho de parceria. Conscientizar a comunidade escolar do que vem a ser esta democracia participativa, na busca pela autonomia dos educandos como cidadãos de direitos e que para se garantir tal fim exige-se a participação popular, tanto da escola quanto da família, enfim, a presença e intervenção ativa de todos, onde todas as contribuições dos envolvidos neste processo sejam não só desafiadoras, mas algo significativo para uma educação dinâmica e de qualidade, para que o educando possa ser capaz de lidar com as novas relações emergentes, onde todos participem com responsabilidade e instigue as discussões que serão defrontadas com vários outros pontos de vista, respeitando as diferenças entre as pessoas e entre os grupos, para ampliar sua compreensão de mundo, desenvolvendo habilidades e atitudes, aprendendo a aprender, possibilitando a problematização, assumindo a coordenação do trabalho, sem que isso signifique a imposição de uma única lógica, ou a anulação do papel que cada um deve desempenhar frente ao mesmo como autor, e não como meros executores. Por este motivo o papel da escola neste cenário é preponderante, seu papel é fazer do espaço escolar, um espaço dialógico, fomentador de discussões, de ideias plurais e contraposições de pensamentos, estimulador de reflexões, pois do contrário, pode ser um forte contribuidor para a transmissão de valores que favoreçam ainda mais as desigualdades e a exclusão. Neste sentido é preciso que se pense a educação como uma forma de resistir aos modelos tradicionais, que priorizam mais o objeto do que o sujeito do conhecimento, tendo primeiramente compromisso com o nosso fazer pedagógico comprometendo-se com a transformação social, papel este designado hoje a escola.  Pois sendo a escola um referencial para o educando ele será capaz de protagonizar e transformar sua história.
É preciso que de alguma forma a escola pense o futuro de seus alunos, não os alunos que gostaria de ter, mas sim os alunos que se tem! É preciso acordar para a realidade que está aí, e deixar de tentar justificar o porquê nossa realidade está como está! Ela está. (Ponto). Então é preciso agir sobre ela.

É preciso que a escola reconheça que toda formação humana é um processo permanente que demanda uma consciência do que vem a ser e o que se é. É preciso também perceber que o processo de formação humana é muito complexo, pois depende muito das influências que o indivíduo sofre tanto, da família, do trabalho, do clube, dos grupos sociais e culturais de diversas outras instituições, enfim no decorrer de toda sua vida. E a melhor forma de se colocar tudo isto em prática é vivenciar e saber lidar com esta problemática de maneira coerente e fundamentada, cumprindo cada qual com seu papel para favorecer a escola a cumprir também sua função social: a democratização do conhecimento na perspectiva de uma educação de qualidade pela valorização e respeito de sua cultura e transformação socialCorrigindo a todo tempo seus rumos, princípios e metas, conscientizando as famílias da sua fundamental participação neste processo. Reconhecendo sua diversidade cultural e as diferenças como algo muito rico para se acabar com os privilégios. Não num modelo educacional único, mas um meio termo que leve em conta as diferentes teorias e práticas pedagógicas já existentes para um pensamento plural. Mas um problema que envolva não só a escola, antes sim a família e a sociedade em geral, pois representa um desafio econômico, social e cultural que precisa ser resolvido. “Na medida em que a educação começa a se impor como condição fundamental para o desenvolvimento do país, a escola se apresenta como o lócus para a construção de condições que garantam espaços de aprendizagens democráticas, populares, inclusivas e plurais”. (GUIA DO CURSO DE PREVENCÃO AO USO DE DROGAS, 2014, p. 60)

Sem que estas questões se tornem claras, não há como se falar em diversidade, inclusão, direitos e infelizmente não é isso que se percebe na prática em nossas escolas, infelizmente o individualismo e a falta de compromisso ainda imperam nos dias atuais e entre os profissionais e todos os envolvidos neste processo. E acredito ser este um “efeito cascata”, que parta essencialmente dentro de cada um de nós, daquilo que somos e acreditamos, da nossa história como brasileiros... brasileiros estes que sempre dão “um jeitinho pra tudo”, é preciso transformar-se para haver transformação. É impossível mudar quando se está arraigado em conceitos e preconceitos antigos. Atrevo-me a dizer que, de certo modo e pelo tempo que já atuo que, educação de qualidade é uma questão também ideológica, pois se os profissionais que atuam na área não tiverem como ideologia, oferecer uma educação de qualidade, a mesma não se faz sozinha. Houve tempos que a responsabilidade por uma educação de qualidade se dava, pela falta de preparo e qualificação dos profissionais envolvidos, em outras épocas, pela falta de materiais adequados e em outras épocas, pela falta de estrutura das escolas, mas hoje a maioria dos profissionais já são capacitados, algumas escolas já possuem estruturas e materiais adequados e mesmo assim não oferecem, ainda uma educação de qualidade. E a que podemos atribuir tais fatos? Se não ao compromisso e responsabilidade social dos envolvidos em tal processo? Veja bem, é claro que não se pode generalizar tal fato, pois cada caso é um caso, mas é preciso pensar no real compromisso de todos os envolvidos neste processo! Com qual finalidade estão se formando tantos profissionais nesta área? O que realmente esperam da profissão e o que oferecem a mesma? Escolhem tal profissão pela facilidade e comodidade de adquirir um diploma ou realmente pela qualidade, valorização e responsabilidade da profissão? Se a docência não é uma capacidade inata, e sim uma carreira que, como outras, pressupõem esforço pessoal e formação que possibilitem o domínio de aspectos teóricos e práticos ligados à aprendizagem, porque tantos profissionais atualmente são tão bem habilitados e maus profissionais? É preciso primeiramente gostar-se do que se faz, para se fazer qualquer coisa bem-feita!  O comprometimento e o respeito por qualquer profissão que se escolha trilhar, necessita primordialmente ser valorizada pelo próprio profissional, antes de ser valorizada por todos. E nada valoriza mais uma profissão do que um trabalho bem feito! Ou seja, oferecer uma educação realmente de qualidade! Sendo o profissional da educação mediador deste processo, o mesmo deve compreender que somente a mera obtenção de um título de licenciatura não o qualifica como profissional da educação, mas a relação entre sua teoria e sua prática revelará o que vem a ser este profissional e o que realmente o mesmo é! resumindo assim sua responsabilidade diante de sua formação, pois é no processo de sua formação consolidadas as opções e intenções de sua profissão, sua história, história esta que, tanto pode mudar a história dos outros, como pode também favorecer ainda mais a exclusão social, o preconceito, as desigualdades e até a violência.
Tendo sempre consciência que o papel da escola é garantir não só os conhecimentos de conteúdos e saberes significativos e contextualizados, construídos ao longo da história da humanidade de forma sistematizada, mas educar para cidadania, em outras palavras, que os educandos sejam capazes de usar os conhecimentos aprendidos na escola em sua vida, além de desenvolver habilidades para transformar a sua realidade. Pois a maneira como o profissional trabalha está atrelada à sua maneira de ser e o compromisso que o mesmo tem diante de sua responsabilidade social. Para tal é essencial que tal profissional faça uso desta criticidade e conscientização, para que sua prática faça parte de seus ensinamentos no resgate do real compromisso da escola. Somente a conscientização fará a teoria se constituir prática! E o papel da escola não será apenas uma UTOPIA em um número preocupante de escolas!
Atrevo-me mais uma vez também a comparar aqui algumas escolas, que diz permear certos compromissos, como a inclusão, diversidade, respeito as diferenças, Gestão Democrática, etc., se beneficiando de tais teorias, mas que na verdade não as colocam em prática, com aquela fábula “A ROUPA NOVA DO REI”, até quando os envolvidos neste processo vão fingir estar vestindo a educação de tais escolas com finas roupagens, quando a mesma está desnuda de compromisso, responsabilidade, ética, solidariedade humana, prazer e amor ao próximo? Visto a má qualidade da educação, a violência, o preconceito e a exclusão, em um número preocupante de escolas públicas de nosso país? Até quando fecharemos os olhos com a falta de compromisso tanto dos cursos de formação quanto dos próprios profissionais que não veem a educação com compromisso e responsabilidade? Desmembrando assim a teoria de suas práticas? Como fazer o papel de transformação da educação, se seus próprios atores não transformam nem a si mesmos?
É preciso que se compreenda que os educandos possuem direitos de aprender e que cabe a escola ser o elo entre o saber construído ao longo da história da humanidade e o educando que está à procura de algo significativo e que venha de encontro as suas reais necessidades, para aprender.
Veja bem, não estou dizendo que tudo isto é simples e fácil, mas é notório que tem se delegado à escola muitos papéis, a sobrecarregando com funções que não eram de sua competência até então. Diante de tal fato seu papel tem sofrido também modificações, devido às novas demandas e diante da realidade em que vivemos hoje junto a tudo isso, a Globalização e a era tecnológica vêm exigindo da educação, novas competências e saberes que necessitam de um olhar mais apurado diante desta problemática. Nesse contexto, o profissional da educação tem que respeitar os saberes dos educandos, sua identidade e incorporá-las aos novos conteúdos, tendo-o ainda como uma responsabilidade ética no exercício de sua tarefa docente. O que se pode observar é que uma série de fatores desfavorece a educação e por consequência a nação de um país em desenvolvimento, sendo inúmeros os fatores que levam à baixa procura pela carreira de professor, incluindo a falta de valorização da sociedade, baixos salários e condições insalubres em sala de aula. Acredito que todo profissional ao ingressar na carreira saiba ou deva obrigatoriamente ter consciência dessa problemática e que são esses os grandes desafios na educação, sendo assim é preciso que sua prática priorize não só a transformação de sua realidade e uma mudança de postura frente a educação, mas a transformação da realidade de seus educandos e que o mesmo busque recriar a educação, fazendo com que seus educandos se percebam também transformadores, reconstruindo-se permanentemente, fazer da educação a via de possibilidades e pensá-la possível é a tarefa no qual  o mesmo deve se apoiar, não com receitas infalíveis, mas com práticas que a justifiquem por si só, pautadas no amor, na amizade no prazer e no compromisso de sua profissão, não como utopia, antes sim como fato e realidade! Não como um caminho que se faz fácil, mas um caminho que se construa provável mesmo diante de muitos obstáculos e contratempos, mas que se faça possível, numa prática reflexiva e transformadora para o alcance de uma trajetória de sucesso, onde as aparências não valham mais que o verdadeiro reflexo do que a educação fará futuramente ao homem, numa ação reflexão constante.
Há uma tendência por parte do ser humano em se isentar de fatos e contextos que dependem de sua participação ou da participação de outros para que os resultados se evidenciem de maneira positiva... Vale ressaltar que estamos no mundo, portanto se cada indivíduo dentro da sua especificidade profissional e individual  contribuir de forma adequada, pensando no bem estar do outro, certamente ter-se-á um mundo melhor, não este mundo global, mas pelo menos o mundo de quem passar pelas mãos de um professor compromissado com a educação! Afinal o grande legado de um professor são seus alunos e o que eles fazem do que aprenderam com ele!
Se ninguém o faz, façamos nós! Façamos ao menos a parte que nos cabe, a diferença! A diferença ao menos na vida daqueles que por nossas mãos passarem e que os mesmos não transformem somente suas realidades, mas que possam ser também multiplicadores da mudança na realidade de muitos, apenas por serem conscientes do papel que ocupam diante da sociedade que partilham!

É ESTA A EDUCAÇÃO QUE EU ACREDITO! É DESTA EDUCAÇÃO QUE FAÇO PARTE!

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